Se nos anos 80 o punk europeu evidenciava a derrocada do liberalismo, que deixava toda uma juventude sob a condição do desemprego, do tédio, da falta de perspectiva e o punk brasileiro evidenciava o resultado de 21 anos de ditadura militar e vivia uma recessão econômica, a miséria e a violência, nos anos 90, outro horizonte se abre para jovens que descobriam o hardcore/punk como uma plataforma para acessar e difundir algumas pautas que até então eram pouco elaboradas pela geração punk anterior, como os direitos dos animais, direitos humanos, reforma agrária, globalização, a oposição ao projeto neoliberal e outras formas de se pensar a prática política à esquerda, através dos coletivos, da Ação Global dos Povos, Comitê Pró-Zapatista, do Centro de Mídia Independente, dentre outras várias questões que permearam o imaginário de uma geração que atravessa os anos 90 até meados da primeira década dos anos 2000.